Sobre o material
O papel em geral é constituído por fibras de origem vegetal. A fabricação do material requer algumas propriedades especiais do ponto de vista técnico e econômico, como alto conteúdo de celulose, baixo custo e fácil obtenção da matéria prima.
No Brasil, a disponibilidade de aparas de papel é grande. Mesmo assim, as indústrias precisam periodicamente fazer importações de aparas para abastecer o mercado.
O papel ondulado, também conhecido como corrugado representa forte contribuição da indústria brasileira ao meio ambiente. Essas embalagens são 100% recicláveis e biodegradáveis e causam baixo impacto ambiental em todos os estágios de seu ciclo de vida. Este ciclo de vida constitui uma cadeia praticamente fechada, na qual a embalagem usada é reciclada e novamente utilizada na fabricação de novas embalagens.
Informações sobre a reciclagem
Os principais tipos de papel recicláveis são os papéis de impressão, de embalagem e o papel cartão. No Brasil, em 2019, estes tipos apresentaram um consumo aparente – que considera a produção mais a diferença entre importação e exportação – de 7,4 milhões de toneladas. Desta quantia recuperou-se 4,9 milhões de toneladas do material, apresentando uma taxa de recuperação de 66,9%.
A reciclagem envolve uma cadeia que começa na separação dos resíduos sólidos pelos cidadãos, passando pela coleta, triagem e preparação do material recolhido que, em seguida, é encaminhado à indústria para que seja transformado em nova matéria-prima.
A reciclagem é tradicional no setor papeleiro. As fábricas são abastecidas por uma grande rede de aparistas, cooperativas e outros fornecedores de papel pós-consumo que fazem a triagem, a classificação e o enfardamento do material. A cadeia produtiva que envolve a atividade gera empregos e renda, movimentando a economia.
Encaminhado pelos aparistas às indústrias papeleiras, o material é desagregado numa espécie de liquidificador gigante que separa as fibras, transformando-as em uma mistura homogênea. Em seguida, por meio de peneiras, retira-se as impurezas, como fitas adesivas e metais. No caso do papel ondulado, ao contrário do papel de escritório, não é preciso aplicar técnicas de limpeza fina, retirada de tintas, branqueamento do material e lavagens especiais.
Com as fibras de melhor qualidade faz-se a capa de papel que é colocada na superfície externa da caixa de papelão. As de qualidade inferior são usadas na fabricação do forro, que reveste a parte interior. E as de pior qualidade servem para produzir o miolo ondulado, por meio de uma máquina que se chama “corrugadeira”.
Além de ser de origem renovável, o papel está entre os produtos que apresentam maior taxa de reciclagem no Brasil. É importante ressaltar que grande quantidade de aparas de papel reciclável é utilizada na fabricação de outros produtos, como telhas, sem ser computada nas estatísticas de recuperação. Além dos papéis que não são passíveis de reciclagem, como os higiênicos, que contém impurezas. Se esses quesitos passassem a ser avaliados, a taxa de recuperação subiria expressivamente.
É importante ressaltar que o papel não pode ser reciclado infinitas vezes, pois as fibras perdem a resistência e as características que definem o tipo do papel. Por isso, será sempre necessário o uso de fibras virgens originárias das florestas plantadas para viabilizar a produção e atender às necessidades de consumo da população.
Comparado a outros países, o Brasil apresenta elevados índices de reciclagem e tem potencial de se desenvolver ainda mais nessa área.
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